Um retrato de Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio, na casa onde o pintor nasceu, no norte de Itália (Alessandro Garofalo/Reuters)
Seguir os passos de Caravaggio em Milão deu por fim frutos. Foram descobertos cerca de 100 desenhos do génio milanês. São avaliados em 700 milhões de euros.
A pesquisa de dois anos pôs fim a uma dúvida que perdurava há um século. Como seria possível que nada tivesse restado dos anos de formação de Caravaggio, quando trabalhou no atelier de um célebre pintor maneirista, Simone Peterzano?
Um grupo de investigadores, coordenados por Maurizio Bernardelli Curuz e Adriana Conconi Fedrigoli, encontrou a resposta, noticiou hoje a agência noticiosa italiana Ansa. A mais simples. Caravaggio, como seria de esperar, deixou obra desse período. Mais de 100 desenhos do mestre foram encontradas no Castelo Sforza, em pleno centro de Milão.
Os desenhos, avaliados em cerca de 700 milhões de euros, serão editados amanhã pela Amazon em dois livros electrónicos de 600 páginas, intitulados ”Giovane Caravaggio. Le cento opere ritrovate” [“Giovane Caravaggio: As cem obras descobertas”].
A descoberta surge depois de uma investigação que levou a equipa de peritos a seguir os passos de Caravaggio em Milão, a cidade onde nasceu, durante o período em que trabalhou com Simone Peterzano, entre 1584 e 1588.
O rastreio do chamado Fundo Peterzano, propriedade municipal e instalado no Castelo Sforza, onde estão alojados cerca de 1400 obras do pintor maneirista e de outros a ele associados, permitiu encontrar a obra até agora desconhecida de Michelangelo Merisi, imortalizado como Caravaggio. “Sempre julgámos impossível que não tivesse deixado testemunho da sua actividade no atelier de um pintor à época tão conhecido e cobiçado”, declarou Maurizio Bernardelli Curuz à Ansa.
A descoberta permitirá reconstituir a primeira fase da carreira do pintor de David Com a Cabeça de Golias ou de A Conversão de São Paulo, mestre do Maneirismo e precursor do Barroco. Incluem principalmente desenhos e aguarelas criadas na adolescência.
fonte: Público
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